Todo o Homem (letra grande) deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. È uma frase que resume as três coisas mais importantes, que como seres inteligentes, devemos conservar: a própria humanidade, a natureza e o conhecimento.
E sendo um cliché, frases que normalmente desvalorizamos pela vulgaridade com que são usadas, esta consegue reunir os elementos que garantem uma vida feliz e equilibrada. Portanto é uma regra a seguir.
Falando em regras, o meu herói, um grande senhor, já falecido em 1996, de seu nome Carl Sagan, escreve certa vez num dos seus brilhantes livros, quatro regras:
A regra de ouro: Faz aos outros o que desejas que te façam.
A regra de prata: Não faças aos outros o que não desejas que te façam.
A regra de cobre: Faz aos outros o que te fizerem.
A regra de ferro: Faz aos outros antes que te façam a ti.
Cada um de nós deve escolher viver a vida segundo a nobreza do ouro, ou a corruptibilidade do ferro.
Carl Sagan influenciou imenso a minha vida, aos onze anos enquanto via um episódio da série Cosmos, a minha vida transformou-se. Descobri a minha paixão pela ciência, descobri que não queria aceitar dogmas impostos pelos outros. Carl Sagan fez-me perceber que tudo no universo podia ser explicado em termos naturais, e só tínhamos que ter a paixão e a inteligência para encontrar a explicação de tudo. Tornei-me também ateu. Mas felizmente, para mim e para os que me rodeiam, um ateu com moral. Isso aconteceu porque este grande homem soube-me abrir os olhos para a ciência, mas não o fez de uma forma fria. Este grande homem usava a ciência como ferramenta para melhorar o mundo. Ele olhava para os nossos planetas irmãos, Marte, muito frio, e Vénus, muito quente, e extrapolava lições para a humanidade, alertando que estávamos no limiar entre a morte pelo frio ou pelo calor. A Terra tem aquele equilíbrio que permite manter a água acima da temperatura de congelação e abaixo da de evaporação. E nós seres vivos preenchidos de água no interior de cada célula devemos nos consciencializar da necessidade de manter esse equilíbrio.
Isto leva-me de volta à primeira regra desta minha reflexão, conservar a humanidade, a natureza e o conhecimento. Este grande senhor foi isso que fez. A vida de Carl Sagan foi das vidas melhores aproveitadas. Não só promoveu esta regra a nível pessoal, como a divulgou publicamente. Não só conservou o conhecimento da humanidade como o ajudou a aumentar, alertando-nos sobre a necessidade de tratarmos bem a natureza. Para a humanidade sobreviver a natureza tem que sobreviver, e só com esse conhecimento o podemos conseguir.
Este foi um homem de ouro. Fez por todos nós o que queria que lhe fizéssemos. Foi este o modelo em que me inspirei para ser eu.
Já tive uma filha (quero mais filhos). Já plantei arvores (na escola primaria, no dia mundial da floresta). Falta-me escrever um livro (as peças de teatro não contam!).
E encontrei já o tema. Também aqui a minha paixão pela ciência marca. Há 1600 anos atrás a idade média começou, com a morte de uma grande mulher, Hipácia. Ela foi a mulher perfeita, matemática, filosofa, astrónoma, bela e carismática. Encontrou a morte em 415dc ás mãos de fanáticos religiosos. A morte de Hipácia é considerado como o início da idade média, 1000 anos de obscurantismo que se seguiram, e da qual só saímos devido a um punhado de homens no Renascimento que recuperou de alguma forma os conhecimentos perdidos. Vou tentar retratar o que aconteceu nesses anos. Vai ser uma história em que tentarei adivinhar os episódios perdidos, mas os acontecimentos que irei relatar existiram. Desde a queima da Biblioteca de Alexandria até à morte de Hipácia foi um quarto de século terrível para a humanidade e para a ciência.
Mas esse período negro por que passamos também nos deve servir de lição, para que não o repitamos. Tal como outros episódios negros da história da humanidade, a memória não deve ser apagada, para que nos possamos manter alertas contras as causas que os provocaram da primeira vez, e o possamos evitar de tornar a acontecer.
Com tudo isto tenho medo de parecer querer voar muito alto. Mas fui inspirado por homens que voaram alto. Não me quero equiparar a eles. Mas quero dar aos homens o mesmo que eles deram: Aquilo que queria que me dessem a mim.
E sendo um cliché, frases que normalmente desvalorizamos pela vulgaridade com que são usadas, esta consegue reunir os elementos que garantem uma vida feliz e equilibrada. Portanto é uma regra a seguir.
Falando em regras, o meu herói, um grande senhor, já falecido em 1996, de seu nome Carl Sagan, escreve certa vez num dos seus brilhantes livros, quatro regras:
A regra de ouro: Faz aos outros o que desejas que te façam.
A regra de prata: Não faças aos outros o que não desejas que te façam.
A regra de cobre: Faz aos outros o que te fizerem.
A regra de ferro: Faz aos outros antes que te façam a ti.
Cada um de nós deve escolher viver a vida segundo a nobreza do ouro, ou a corruptibilidade do ferro.
Carl Sagan influenciou imenso a minha vida, aos onze anos enquanto via um episódio da série Cosmos, a minha vida transformou-se. Descobri a minha paixão pela ciência, descobri que não queria aceitar dogmas impostos pelos outros. Carl Sagan fez-me perceber que tudo no universo podia ser explicado em termos naturais, e só tínhamos que ter a paixão e a inteligência para encontrar a explicação de tudo. Tornei-me também ateu. Mas felizmente, para mim e para os que me rodeiam, um ateu com moral. Isso aconteceu porque este grande homem soube-me abrir os olhos para a ciência, mas não o fez de uma forma fria. Este grande homem usava a ciência como ferramenta para melhorar o mundo. Ele olhava para os nossos planetas irmãos, Marte, muito frio, e Vénus, muito quente, e extrapolava lições para a humanidade, alertando que estávamos no limiar entre a morte pelo frio ou pelo calor. A Terra tem aquele equilíbrio que permite manter a água acima da temperatura de congelação e abaixo da de evaporação. E nós seres vivos preenchidos de água no interior de cada célula devemos nos consciencializar da necessidade de manter esse equilíbrio.
Isto leva-me de volta à primeira regra desta minha reflexão, conservar a humanidade, a natureza e o conhecimento. Este grande senhor foi isso que fez. A vida de Carl Sagan foi das vidas melhores aproveitadas. Não só promoveu esta regra a nível pessoal, como a divulgou publicamente. Não só conservou o conhecimento da humanidade como o ajudou a aumentar, alertando-nos sobre a necessidade de tratarmos bem a natureza. Para a humanidade sobreviver a natureza tem que sobreviver, e só com esse conhecimento o podemos conseguir.
Este foi um homem de ouro. Fez por todos nós o que queria que lhe fizéssemos. Foi este o modelo em que me inspirei para ser eu.
Já tive uma filha (quero mais filhos). Já plantei arvores (na escola primaria, no dia mundial da floresta). Falta-me escrever um livro (as peças de teatro não contam!).
E encontrei já o tema. Também aqui a minha paixão pela ciência marca. Há 1600 anos atrás a idade média começou, com a morte de uma grande mulher, Hipácia. Ela foi a mulher perfeita, matemática, filosofa, astrónoma, bela e carismática. Encontrou a morte em 415dc ás mãos de fanáticos religiosos. A morte de Hipácia é considerado como o início da idade média, 1000 anos de obscurantismo que se seguiram, e da qual só saímos devido a um punhado de homens no Renascimento que recuperou de alguma forma os conhecimentos perdidos. Vou tentar retratar o que aconteceu nesses anos. Vai ser uma história em que tentarei adivinhar os episódios perdidos, mas os acontecimentos que irei relatar existiram. Desde a queima da Biblioteca de Alexandria até à morte de Hipácia foi um quarto de século terrível para a humanidade e para a ciência.
Mas esse período negro por que passamos também nos deve servir de lição, para que não o repitamos. Tal como outros episódios negros da história da humanidade, a memória não deve ser apagada, para que nos possamos manter alertas contras as causas que os provocaram da primeira vez, e o possamos evitar de tornar a acontecer.
Com tudo isto tenho medo de parecer querer voar muito alto. Mas fui inspirado por homens que voaram alto. Não me quero equiparar a eles. Mas quero dar aos homens o mesmo que eles deram: Aquilo que queria que me dessem a mim.