O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Embriaguez de Emoções

Sucesso e Frustração, Felicidade e Choro, Plenitude e Desespero, Energia e Cansaço.

Sucesso, a "Birra do Morto".
Frustração, saber que falhei e estar no grupo dos que falham.
Felicidade, o meu filho que aí vem.
Choro, o acumular de coisas negativas que faz a panela de pressão deixar escapar (lágrimas).
Plenitude, porque tenho as coisas mais importantes, a minha família, amor, saúde e trabalho.
Desespero, saber que estou na corda bamba a nível profissional e financeiro.
Energia, não paro, posso sempre fazer mais.
Cansaço, a vontade de descansar.

terça-feira, setembro 09, 2008

GRANDE CICLO PAPER 2008

Que gozo me dá estar nesta organização.













E já vão 13 Grande Ciclo Papers. Sempre melhor que nunca.

terça-feira, julho 15, 2008

Porque sou um homem rico





Ora aqui está. Apesar dos meus problemas financeiros é por isto que sou um homem rico. Porque tenho as coisas mais importantes: Saúde, Amor, Felicidade, Família.

terça-feira, junho 24, 2008

Roda de Amigos


Todos os anos por altura do inicio do verão, lá em casa, convidamos os amigos a celebrar o solstício connosco. Este ano a festa durou até às 4:00 da manhã. Grelhados na brasa, cocktails fresquinhos a par dos panachés, um jogo de cartas original chamado "Olho do Cu", do qual devo confessar cheguei a ser o "olho", Party and company, e Trivial, fizeram nos esquecer das desgraças da vida, lembrando o quanto felizes podemos ser por ter amigos.
Uma noite muito agradável, que espero poder repetir enquanto for vivo.

sexta-feira, abril 04, 2008

A última luz antes das trevas

A maioria das pessoas está familiarizada com a época designada “Idade Média”, por alguns também conhecida por “Idade das Trevas”. O que poucos sabem dizer é com certeza quando começou. A maioria nem se preocupa com isso, afinal para que serve a História não é? Penso que se fizesse um inquérito e perguntasse a um grupo de pessoas se o ano 1200 dC fará parte da “Idade Média” muitos dirão “Sim”. Mas e se lhes perguntar por anos mais extremos, como o ano 300 dC ou o ano 1600 dC? Farão parte da “Idade Média”? Quantos responderão certo? E como se pode dizer se estão certos? Afinal o que foi a “Idade Média”? Quando começou? Quando terminou? Existe uma resposta única e correcta a estas perguntas? Para esta última pergunta, posso responder que penso que não existe uma resposta única, mas eu sou de um grupo de pensantes que marca o inicio da “Idade das Trevas” com o fim da luz, e o seu terminar 1000 anos depois com o seu Renascimento. A “Idade das Trevas” começa numa tarde de 415 dC quando uma multidão enfurecida estropiou uma bela mulher, de seu nome Hipácia, a última luz antes das trevas.
Hipácia de Alexandria, nasceu em 370 dC na cidade delta do Nilo, filha de Theon um professor de filosofia na “Universidade” de Alexandria. Desde criança que foi educada num ambiente liberal, de ideias abertas, amante da ciência, onde ser mulher não lhe trouxe desvantagens, acredita-se que seu pai a educou para ser o ser humano perfeito. Cresceu em Alexandria e apenas saiu durante um período de 2 anos da sua cidade para ser educada na Universidade de Atenas.
Já adulta tornou-se professora e directora da biblioteca de Alexandria, aliás a última directora.
Diz-se que Hipácia era uma mulher muito bela, mas nunca quis nenhum homem. Ao invés disso dedicou-se à procura do conhecimento e brilhou em áreas como a filosofia, a matemática ou a astronomia. Aprendeu também as artes da retórica e buscou conhecimentos sobre todas as religiões do seu tempo, tendo o cuidado de nunca deixar que o seu conhecimento fosse desviado pelos dogmas de alguma delas. Sabe-se que escreveu vários livros e tratados, mas infelizmente até nós só chegaram algumas cartas que ela escreveu a amigos. Dessas cartas sabemos que inventou um astrolábio, um hidrómetro, um densímetro e um planisfério.
Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.
Por ensinar que o Universo era regido por leis matemáticas, Hipácia foi considerada herética, passando a ser vigiada pelos chefes cristãos. Hipácia era pagã, um termo que foi inventado pela igreja católica, para classificar aqueles que não se deixavam amarrar às suas regras e dogmas. Hipácia dizia: "Todas as formas religiosas dogmáticas são falaciosas e não devem ser aceites por auto-respeito pessoal." Este tipo de atitude não era bem visto na sociedade que se formou naquele tempo. No principio do século de nascimento de Hipácia, o Imperador Constantino tinha legalizado o Cristianismo, e nas décadas em que ela cresceu, o imperador Teodósio proibiu o paganismo, perseguindo templos e pagãos.
Hipácia acreditava-se no método cientifico, antes de ele ser inventado, e dizia: “Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além". Mas a igreja católica como qualquer igreja que emerge hoje, era cheia de dogmas e fanatismos, e queria vergar as pessoas. Hipácia tinha muitos amigos, entre eles cristãos, e outros poderosos, Sinésio de Cirene ou Orestes o governador de Alexandria, que a protegiam. Mas também tinha adversários poderosos, o principal Cirilo, o Bispo de Alexandria.
Por amar o conhecimento, e pregar contra os que o abafavam, selou um destino trágico. Numa tarde em que voltava da Biblioteca para sua casa, foi arrastada por uma multidão enfurecida para fora da sua carroça, e rasgando-lhe as roupas, espancaram-na, e arrastaram-na para uma igreja próxima, onde com pedaços de cerâmica de algum vaso partido lhe arrancaram a carne dos ossos, queimando e matando-a.
Enrico Riboni descreve os motivos e as consequências dessa acção fanática dos religiosos: "a brilhante professora de matemática representava uma ameaça para a difusão do cristianismo, pela sua defesa da Ciência e do Neoplatonismo. O fato de ela ser mulher, muito bela e carismática, fazia a sua existência ainda mais intolerável aos olhos dos cristãos. A sua morte marcou uma reviravolta: após o seu assassinato, numerosos pesquisadores e filósofos trocaram Alexandria pela Índia e pela Pérsia, e Alexandria deixou de ser o grande centro de ensino das ciências do mundo antigo. Além do mais, a Ciência retrocederá no Ocidente e não atingirá de novo um nível comparável ao da Alexandria antiga senão no início da Revolução Industrial. Os trabalhos da Escola de Alexandria sobre matemática, física e astronomia serão preservados, em parte, pelos árabes, persas, indianos e também chineses. O Ocidente, pelo seu lado, mergulhará no obscurantismo da Idade Média, do qual começará a sair somente mais de um milénio depois. Em reconhecimento pelos seus méritos de perseguidor da comunidade científica e dos judeus de Alexandria, Cirilo será canonizado e promovido a Doutor da Igreja, em 1882."
E Carl Sagan acrescenta: "Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e sua base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. Sua última cientista foi uma mulher, considerada pagã. Seu nome era Hipácia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido à Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época."
As trevas da idade média só acabarão com o Renascimento em Itália, quando de alguma forma os ideais gregos renasceram, instigados por uma cidade próspera de Florença. Por aí passou Leonardo da Vinci, apoiado pelos mecenas Medici. Mas isso é outra história, e tudo parte da nossa...

colectânea adaptada de textos.
Links de interesse:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%A1tia_de_Alexandria
http://pt.wikiquote.org/wiki/Hip%C3%A1tia

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Sancho - requiescat in pace



O fiel companheiro lá de casa morreu. O Sancho acompanhava-nos desde o ano de 2001. Foi o ano em que me casei, e nas filmagens do nosso casamento aparece um cachorro traquina e irrequieto a brincar com os convidados. Assistiu ao nascimento da minha filha, e contava que os dois ainda pudessem correr juntos pelos campos a brincar. Seria um companheiro e guardião da minha filha. Mas o destino atraiçoou-nos. Uma intoxicação desconhecida, levou-nos o Sancho em apenas 4 dias.

Sentirá mais a falta dele, a minha sogra, a senhora Adosinda, que já saindo pouco de casa, tinha como companheiro o fiel Sancho. Para qualquer ida ao campo ou à horta, lá ia o Sancho atrás dela. Agora ficou um vazio.

Tinha três casas o Sancho. A casa onde cresci, dos meus avós, a casa dos meus pais, onde por baixo tenho o negócio, e a casa onde habito juntamente com os meus sogros, e essa a principal. Mas o Sancho quando não nos encontrava em uma das casas, saía, caminhando pelos campos verdes, em direcção ao seguinte pouso dos donos, à nossa procura. Agora nunca mais o fará.

Serás recordado por nós Sancho. Sempre que vir o video do casamento, lá estarás tu. Mesmo daqui a 50 anos quando apenas fores um espirito do passado. As pessoas tocam as pessoas, e tu tiveste também um pouco desse poder. A tua existência tocou-nos. Foste para nós uma pessoa. Assim diz a tua amiga Adosinda: "Morreu uma pessoa cá em casa hoje."

Adeus Amigo.