O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

terça-feira, junho 14, 2011

Desabafo sem palavras

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segunda-feira, junho 06, 2011

Como é que os meninos de cadeira de rodas andam de baloiço?

Hoje fui buscar a minha filha ao jardim de infancia. Ela é finalista, com 5 anos. Está naquela fase da ingenuidade e inocência em que os porquês do mundo se lhe põem. E ela perguntou-me como é que os meninos em cadeira de rodas andavam de baloiço. Como criança normal que ela é, para quem o parque infantil é das coisas mais importantes, não faz sentido que as outras crianças sejam diferentes. E perguntou-me isto...
Que responde um pai? Eu próprio, um pouco egoístamente, nunca tinha pensado nisto. Todos os meninos deviam ter direito a desfrutar de uma infancia plena, de se divertirem, de aprenderem, de terem as mesmas boas experiencias. Mas o mundo não é assim. Há coisas piores, há crianças que passam por cenários de guerra, e que até pegam em armas, quando deviam andar de bicicleta e brincar com bonecas. Mas mesmo no nosso meio, há crianças que não podem andar de baloiço.
Podemos até encontrar soluções para estas crianças não encontrarem estas barreiras. Já nem se fala das imensas barreiras arquitectónicas, mas até experiencias banais e ao mesmo tempo essenciais, como andar de baloiço ou escorrega, podem ter obstáculos para quem tem limitações.
A minha filha queria encontrar soluções, queria pensar que os pais dessas crianças os ajudavam, os seguravam enquanto eles se divertiam. Mas será tal possivel? Penso que não.
Apesar de todas as nossas dificuldades, ainda há pessoas e crianças que passam por maiores. Este mundo não é justo. Nunca será. Mas isso deve-nos servir de aprendizagem, para sabermos valorizar a sorte que temos.
Há meninos que simplesmente não poderão andar de baloiço...

sábado, junho 04, 2011

Os ateus deviam ter um confessionário

Errar é próprio do ser humano. Reconhecer os erros e arrepender-se deles nem todos os seres humanos conseguem. Eu gosto de pensar que eu consigo reconhecer os meus erros e arrepender-me deles, sempre que possível corrigindo-me. Às vezes preciso que me apontem os erros, outras vezes reconheço-os sozinho. Mas apesar de ser um sujeito muito orgulhoso, não tenho orgulho em persistir com os meus erros. Mas há erros que nos roem. Os católicos têm o descanso de espirito da confissão e absolvição. Eu tenho que viver com os meus erros, sabendo que a única absolvição é tentar não errar de novo. Mas sou humano...
Não considero o erro uma coisa má. Aliás considero o erro absolutamente necessário para a evolução. Se não fosse o erro não existiria vida complexa e inteligente. A evolução segundo Darwin é uma soma de erros na reprodução, em que a maior parte são fatais, mas uns poucos erros permitem descobrir soluções que nos levam à fase seguinte da evolução. Estudar e aprender é trabalhar errando até descobrirmos a solução certa. Com isso aprendemos todos os caminhos, o certo, muitos errados, e alguns que nos abrem novas portas para novas aprendizagens.
Mas errar socialmente, e especialmente errar no meu comportamento é algo que me martiriza o meu espirito. Errar com a minha familia, errar com os meus filhos, na sua educação, na minha posição, na minha disponibilidade para com eles é algo que acho inaceitável. E no entanto é onde persisto mais no erro e onde me doí mais.
Se houvesse um tribunal do erro eu poderia alegar atenuantes, stress, pressão, falhanços e frustrações, que me levaram a ser uma pessoa menos boa. Reduziria-me a pena, mas não me absolveria dela. Os ateus deviam ter direito a um confessionário. Mas não têm. Só podem falar com a família, com os amigos, falar com quem erraram e desculpar-se. Mas não há pais nossos e avés marias para pagarmos a pena e ficarmos de bem connosco. O católico acredita-se na vida eterna, o ateu acredita-se na vida efémera. O católico tem direito a uma pena efémera, o ateu a uma pena eterna...

sexta-feira, junho 03, 2011

De casa a casa

Há dias da nossa vida em que reflectimos sobre a morte. Ontem dei um passeio pelo cemitério e pensei sobre isso.
Num passeio entre as sepulturas, encontrei imensas pessoas conhecidas, e pensei em como no final todos nos encontramos no mesmo sitio. Amigos, familia, conhecidos, muitos a nascerem no mesmo sitio, na mesma casa, fazem um trajecto diferente, longo para os que têm mais sorte e no final voltam à mesma casa. De casa a casa.
Irmãos que vieram de uma família comum, muitos que terão nascido na mesma casa, cresceram juntos, fizeram-se Homens, aprenderam, trabalharam, conheceram alguém com quem construir uma vida, deram novas vidas, uns em casas próximas, outros afastaram-se e foram para longe, para outras terras, ensinaram, para no final se reunirem novamente na casa daqueles com quem cresceram. É poético.
(Quase) Ninguém sabe qual será o seu último dia, pode ser hoje, poderá ser daqui a muitos anos, a vida é o nosso dom mais precioso. É com a vida que a matéria pode mudar o curso da história, que pode desafiar a entropia e encontrar a vida eterna. No final só restam as nossas partículas, mas enquanto elas estiveram organizadas em nós, de alguma forma puderam ter (pelo menos a sensação de) livre arbítrio. Nesta fase da minha vida acredito-me mais no determinismo, quero-me acreditar, faz mais sentido para o meu cérebro racional, que tudo desde o principio dos tempos, já está determinado, que cada dois átomos que se encontram partilham a sua energia de forma matemática, e que o resultado não é aleatório, mas predefinido, ainda que incalculável e obscuro. Acredito-me que o final dos tempos já não pode ser alterado, mas que este universo já foi tão longe na improbabilidade matemática, para o desfecho não ser feliz.
E os seres humanos assim como toda a vida que nos rodeia, são uma das peças mais importantes para um desfecho feliz. Cada pedaço de vida e inteligencia é um contributo para a sobrevivencia do universo. E sempre que fazemos algo bem feito sentimo-lo, somos recompensados com descargas de prazer e bem estar, fruto de interacções quimicas, da matéria a recompensar a matéria.
Acredito que temos um destino pré-traçado, que não podemos fugir dele, mas ele é desconhecido e impossivel de conhecer, apenas no final da nossa vida, no último dia que vivemos a nossa existencia se completa e faz todo o sentido. Até esse último dia, temos um contributo a dar, uma influencia sobre o meio. A partir desse último dia, voltamos à nossa casa, e reunimo-nos com o universo de que fazemos parte, espalhando-nos e provavelmente voltando em outras formas, dando outros contributos diferentes, quiçá um dia novamente inteligentes...