O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

sábado, dezembro 30, 2006

Primeiro aniversário da Beatriz.


A minha filha completou um ano cá fora da barriga da mãe.
Estiveram da parabéns os pais e a filha. Foi dos anos da minha vida mais dificeis a nivel profissional, mas ainda assim com todo a felicidade que a minha filha me trouxe, foi o melhor ano da minha vida.
Na foto temos a bebé ladeada pelo avô, o meu pai que a par da minha filha e da minha mulher é das pessoas que mais amo. Ainda estão visiveis a Inês e a tola da minha sobrinha Filipa que apesar das maluqueiras é uma menina querida.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Dez anos sem Carl Sagan.


Sou um amante da ciência. E isso deve-se a dois motivos principais, um interno e o outro externo. O factor interno tem a ver com a minha ânsia de saber, com o gosto que tiro das descobertas, o prazer de entender. O factor externo tem um nome, Carl Sagan.
Faz 10 anos que o senhor Carl Sagan nos deixou, em 20 de Dezembro de 1996. Este homem tocou a minha vida pelo menos 2 vezes.
A primeira influência deste senhor na minha vida e talvez a mais marcante foi aos meus 11 anos, decorria o ano de 1987, e eu frequentava o 2º ano da telescola. Foi o ano em que me tornei céptico. Também ateu, mas mais importante que isso, céptico. Eu era, como qualquer miúdo nessa altura e nessa idade, um devorador de televisão. E passava na televisão portuguesa a série Cosmos. Eu ficava colado ao televisor. Devo ter visto todos os episódios. Mas houve um que me marcou mais. Já não me recordo de qual, mas sim do conteúdo e da ideia que transmitia. Falava-se na criação do universo e nas diversas teorias para o seu aparecimento. As teorias gnósticas e a teoria cientifica. Não se dava relevo a uma teoria isolada, mas apresentavam-se as várias versões que explicavam o aparecimento de tudo o que conhecemos. As teorias mais folclóricas e poéticas a par de uma teoria obtida através de observações e método, a teoria cientifica do big bang. Este confronto de ideias obrigou-me a pensar, onde estaria a explicação correcta? Devia ter fé cega e aceitar as explicações religiosas que me tinham sido dadas, ou estaria certa a explicação cientifica obtida através de observações metódicas, testadas através de teorias e experiências, mas que me obrigavam a partir de um principio de ignorância, sem deuses, sem sobrenatural, para explicarem tudo? Para mim a escolha foi muito rápida. Nessa hora passei de católico a ateu. Tornei-me céptico, e passei a acreditar-me apenas no que podia ser comprovado pela ciência, porque encontrei aí um caminho plausível que me satisfazia. Tudo isto devo ao Sr. Carl Sagan.
A segunda vez que o Sr. Carl Sagan tocou a minha vida, eu já era um jovem adulto. Terá sido por volta dos meus 21 anos. Aconteceu que durante o verão desse ano passeava pelo Furadouro de mãos dadas com a minha namorada, a Mafalda, e deparei com uma feira do livro ao ar livre cheia de promoções. E tive a sorte de encontrar um livro de ficção denominado “Contacto” com uma temática que me era apelativa. Investi nesse livro. E foi dos melhores investimentos que já fiz. Além de me ter trazido uma paixão pela leitura, pois desde aí devoro livros, abriu-me portas que eu pensei nunca existirem. Aprendi o que era a vida de um astrónomo, como funcionava exactamente o método científico, e mostrou-me um universo enorme quer em espaço quer em tempo.
Desde aí tenho lido vários livros deste grande homem e alguns deles aprofundaram ainda mais a minha crença na ciência. “Um mundo infestado de demónios” é um livro esclarecedor, uma prova de que o pensamento céptico, ordenado, obtido a partir de provas sem dúvida, é a fonte correcta para o conhecimento. “Biliões e biliões” é um livro emocionante, uma mostra que a ciência não tem que ser fria, tem que ser interessada e dirigida aos interesses da humanidade. O conhecimento científico deve privilegiar formas de melhorar a condição humana, prevenindo acontecimentos que nos possam ser nefastos.
O Sr. Carl Sagan amava a humanidade e a ciência. Na sua vida promoveu projectos de exploração espacial, tais como as naves Voyager, as naves que a humanidade enviou mais longe. Concentrou-se na exploração de Marte. Nunca fez descobertas ao nível de Einstein ou newton, mas foi o homem que mais e melhor terá divulgado as descobertas da ciência e desses cientistas.
Carl Sagan deixou-nos em 1996, faz uma década. Apaixonado pelo conhecimento como ele era, choro interiormente pelas descobertas maravilhosas que desde aí fizemos e a que ele nunca pôde assistir. Mas a humanidade hoje é mais evoluída e o mundo mais seguro devido à passagem deste grande cientista.
Newton disse “Se vi mais longe foi por estar aos ombros de gigantes.”. Eu acrescento: “Toda a humanidade viu mais longe aos ombros de Carl Sagan.”