O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

quarta-feira, março 30, 2011

24 Horas


Einstein é um dos meus heróis. Ele dizia que o tempo é relativo. No estudo da física eu sei que isso é verdade, a percepção do tempo é relativa à velocidade a que viajamos. Curiosamente no complexo social e psicológico humano o tempo também é relativo. Mas aqui a relatividade não é a com velocidade a que viajamos, mas sim com o stress e as frustrações que acumulamos. O tempo torna-se relativo com a quantidade de lixo emotivo acumulado que nos deixa com a sensação que não somos capazes de fazer mais nada. Que o tempo não chega.
Eu sinto que as 24 horas do meu dia, que não se têm alterado (desconsidero uns milésimos devido a alguns terramotos) não me chegam para fazer tanta coisa como conseguia fazer quando emotivamente estava melhor. Isto quase daria para uma tese de doutoramento: Relatividade geral do tempo para com a angustia. É caricato mas é real. Para conseguirmos fazermos mais coisas, para conseguirmos ter tempo para nós e para os outros, para sermos realmente produtivos e produzirmos produtos de qualidade, precisamos de tempo que magicamente só aparece quando estamos de bem connosco.
Cada semana continua a ter  168 horas disponíveis, passamos cerca de 56 dessas horas a dormir, sobram-nos dois terços num total de 112 horas. Destas, 12 horas usamos-las nas refeições, restam-nos uma centena de horas por semana. Aí temos que encaixar o nosso trabalho, o nosso lazer, a nossa família, os nossos amigos, a nossa criatividade, o nosso tempo de nada fazer, as nossas obrigações e as coisas que fazemos por prazer. Este número de horas não varia, mas no entanto quando estamos bem elas crescem, quando estamos mal encolhem. Raio da relatividade.