O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

sábado, agosto 28, 2010

Civilização Perdida

Agora com as redes sociais conhecemos imensas pessoas, e rimo-nos com as fotos dos seus melhores momentos, como se eles fossem os nossos melhores amigos a partilharem o bom da vida deles com aqueles de quem mais gostam. È fantástico. Só que na maior parte das vezes são pessoas com quem nem nos cruzamos na rua, ora vivemos nós em Cascos de Rolha e eles em Currais de Moina... Cria uma falsa ilusão de conhecimento.
Numa destas minhas visitas a um amigo, ou melhor a uma amiga de uma amiga, estive a ler um texto da própria, que sendo amiga do meu amigo minha amiga é, certo?! Tenho que lhe dizer isso um dia em que nunca a encontrarei, que podiamos ter tido grandes paródias juntos, se ao menos nos tivessemos cruzado. Mas não interessa isso. O que interessa é que esta minha amiga, referia os seus gostos e prazeres, as suas virtudes, e quase nenhuns defeitos, como qualquer ser humano que se preze, e pelo meio, além dela gostar muito deste planeta, que não sei se seria um gosto ecológico ou astronómico, mas sendo minha amiga tenho a certeza que preza ambos, gostava de civilizações perdidas. Fiquei maravilhado com esta pessoa que podia ter sido a minha cara metade. Eu adoro o nosso planeta e civilizações perdidas. O triste disto é que me pus a pensar a sério, e cheguei à conclusão que civilização perdida é a nossa. Quer dizer, as outras também o foram, as que já se perderam, até me pergunto se alguma terá sido realmente civilizada, mas a nossa civilização é mais perdida. Isto é um contrasenso, por um lado chamo (...amos) civilização ao nosso modo de vida, por outro lado será que somos civilizados? E sabemos aonde estamos, mas no entanto será que não estamos perdidos? E as outras ditas civilizações perdidas, se nós não somos civilizados será que eles alguma vez o foram?
São perguntas ambiguas, ou então a resposta é que o é. Somos uma Civilização Perdida? -Não, nós somos a mais avançada civilização conhecida. -Sim, perderam-se os valores morais e desumanisou-se a sociedade. Em qual ficamos?
Não vale a pena falar das guerras, sempre existiram, a violência também, crueldade, comparados com os homens das cavernas até uma convenção de direitos humanos temos, só a falta respeitar totalmente, drogas, pobreza, injustiça, escravatura, fome... Tudo o que uma Civilização com letra grande deveria abolir.
Mas eu não sou um critico, apesar da ironia hoje usada, apenas senti que isto era uma sátira a nós próprios. E ri-me um pouco com a nossa miséria. Mas acredito-me em construir e não destruir. Acredito-me em encontrar soluções e não problemas. Acredito-me que devemos ser proactivos. Se todos fizermos um pouquinho, deixaremos de ficar com dúvidas e até algum sarcasmo quando pensarmos em Civilizações perdidas. Podemos acreditar-nos que isto é o melhor que temos e com estas ferramentas ajudaremos a humanidade inteira a ser melhor consigo, a encontrar-se a si própria e a deixar de estar perdida.

terça-feira, agosto 24, 2010

As borboletas morrem sozinhas

Passou por mim uma borboleta a esvoaçar, e por um instante o meu coração encheu-se de maravilhamento pela beleza, pela leveza e liberdade daquele insecto. Despreocupada a borboleta voava paralela ao verde da mata, sem destino aparente, de certeza sem saber o que a esperava, mas com certeza teria tudo o que precisava por ali. Podia fazer aquilo para que as borboletas são feitas, sendo feliz na sua simplicidade. Confesso que senti um bocadinho de inveja da liberdade e felicidade ali inerente.

Mas depois deste momento maravilhoso a minha mente racional pôs-se a ponderar sobre a vida do insecto. E pensei, onde morreria este bicho? Para ela não é preocupação isso, mas não deixa de ser realidade. Algures naquela mata, em que ela ainda se poderia alimentar na flor que escolhesse, estaria o seu fim. Voará, alimentará-se e quando o seu frágil corpo não puder mais, tombará e ficará por ali. Sem túmulo, sem ninguém saber que existiu, nem os da sua espécie, qual árabe tombado no deserto. E perdi o maravilhamento. Tudo tem um preço. A liberdade total significa independência total, despreendimento total, de tal forma que até ao fim estamos sozinhos.

O ser humano não é feito para estar sozinho. Precisa de alguém que o acompanhe, precisa de amigos, precisa de família, só com esses laços pode ser feliz. E no momento do tombar, precisamos de alguém que tome conta de nós, que nos vele e que nos chore. Claro que isso não justifica nada, mas para vivermos em paz com a nossa consciência precisamos de pensar em vida que na morte seremos lembrados.

Nós não somos borboletas, podemos admirá-las e invejá-las, mas temos que ter a vida que se adequa ao nosso ser. Temos que ter laços e responsabilidades e com isso estarmos presos a um local, a uma forma de vida, mas é a forma de vida que nos permite ser felizes. Voar até morrer e cair para o lado pode ter um lado poético, mas afasta-se da nossa fórmula da felicidade.

Viver feliz é viver acompanhado.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Vamos deslizando pela vida


Ás vezes dá vontade de desesperar no dia a dia, mas depois uns momentos destes com a minha família e encontro forças para aguentar mais um pouco. A estabilidade na vida é uma coisa muito preciosa, mas tal como se a vida fosse uma construção, a estabilidade começa nos alicerces, nos seus pilares de base, e numa vida os pilares de base são a família. Enquanto tudo estiver bem connosco e com a nossa família, a pintura da casa pode-se degradar, as telhas podem-se partir, e as janelas fracturar, que tudo tem remédio. Só precisamos de ter alicerces bons para aguentar a tempestade, e um dia voltando o sol, podemos restaurar toda a fachada da casa.
Eu tenho uns alicerces fortes. Tenho é medo de desconhecer a força da tempestade que passamos. Já terá passado o centro do furacão?