O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Amor verdadeiro.

O amor verdadeiro existe! Esta é uma das questões com que mais me tenho debatido. E poderia ter sido eternamente uma pergunta sem resposta. Mas deixou de o ser. Agora sei que o amor verdadeiro existe. Só que de uma forma que nunca o procurei.
Geralmente quando eu falo no amor verdadeiro sou rapidamente interpolado com uma interrogação para que eu defina o “amor verdadeiro”. Não sei exactamente o que é porque não sabia se existia, mas defino assim aquilo que eu procurava: é um tipo de amor que supera a razão. Que une duas pessoas, que se amam, com um laço tão forte que se torna inquebrável. Amor verdadeiro é aquele em que o mais importante é a felicidade da pessoa amada. Não existe ciúme, pois somos capazes de abdicar da pessoa amada pela sua felicidade. Não existe mentira e isso acentua o verdadeiro. Somos capazes dos maiores sacrifícios pela pessoa que amamos, mesmo morrer. Ser correspondido é sinónimo de felicidade plena. E também imagino o amor verdadeiro como um fogo que nos alimenta sem consumir. Como algo que sem tempo para se construir existe logo em toda a sua força e dimensão.
O que eu procurava era algo que só tinha tido conhecimento através de uma história de ficção: “Romeu e Julieta”. São o mote para esta minha busca. Mas o amor entre estes dois personagens, parece-me tão maravilhoso, que se existisse fazia justiça à própria vida.
Não quero desvalorizar o meu sentimento com a pessoa que amo, a minha esposa, e querida amiga Mafalda. Ela é a minha correspondente no melhor que tenho na minha vida. Minha amiga, amante e companheira. Mas o que tenho com ela é fruto de uma construção lenta e bem trabalhada. Eu e ela temos os mesmos interesses, e sempre foi agradável estar com ela, é fácil recordar-me que anos antes de namorarmos já saíamos juntos, passávamos passagens de anos juntos, conversávamos muito, riamo-nos em conjunto e sarávamos magoas em conjunto. Foi um passo natural namorar e mais tarde casarmos. Mas o que temos foi fruto de um companheirismo dedicado um ao outro. O meu amor com a Mafalda é fruto de um relacionamento sólido, sujeito ao tempo, preenchido com diálogo e compreensão. E é um caso feliz de amor. Mas não é um amor que sem tempo existiu em toda a sua dimensão. Não é amor verdadeiro segundo a minha definição. È antes algo como amor pleno.
“Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.” È uma frase de outra pessoa que eu amo. Um outro tipo de amor. Um amor mais puro. Mas a existência destas duas pessoas na minha vida, e das diferentes formas que as amo, prova que existem diversos níveis de amor. E a própria frase confirma isso: “…poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.” Fala da variedade e raridade de certas formas de amar.
Mas apesar destas interrogações filosóficas com que me debatia, encontrei agora uma prova e solução para a minha interrogação. O amor verdadeiro existe! Apercebi-me disso quando estava a segurar ao colo da minha filha, olhei para ela e através dela no tempo e soube que a amava acima de tudo. Que o laço que me prende a ela é inquebrável. O mais importante para mim é a felicidade dela. Não existe mentira ou ciúme entre mim e ela. Sou capaz de tudo por ela, mesmo morrer. E tudo isto apareceu em toda a sua intensidade sem tempo para se construir. È amor verdadeiro.
Afinal eu procurava o amor verdadeiro como sendo uma espécie de amor platónico entre um homem e uma mulher, e o amor verdadeiro transcende isso tudo. O amor verdadeiro não se sujeita às relações do namoro humano. È algo tão glorioso que não tem essa restrição.
Mas a prova surgiu-me numa relação não platónica. O que me deixa outra variação da questão… Será que o amor verdadeiro do Romeu e da Julieta é possível na vida real?

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu querido o amor de Romeu e Julieta tem tanto de belo e sublime qtº de trágico, até mesmo téctrico, e decididamente eu não gosto de tragédias, principalmente ficcionadas, já nos basta as k são reais, que infelizmente são mts. É verdade que há amores k terminam mal, mesmo em tragédia, pelos mais diversos motivos, desde excesso de ciúme (doentio) de uma das partes até oposições familiares (actualmente já raras, felizmente), mas histórias de amor belas e k perdurem no tempo, a k os contratempos normais da vida não tenha posto cobro são poucas e cada vez mais raras, infelizmente.
Como tu dizes, e mt bem, há apenas um amor k nasce espontâneo, sem ciúmes, sem possessividade, maior k tudo e k todos, puro, é realmente akele k se sente pelos filhos e/ou pelos pais(isto para pais k realmente desejaram e amam os seus filhos, o k nem sempre acontece, senão não haveria tanta criança maltratada, abusada, etc. e há tb. akeles pais k amando desmesuradamente os seus filhos, não estão isentos do sentimento de ciúme e principalmente de posse, como se os filhos fossem seus do mesmo modo k um objecto k foram comprar à loja. E para filhos bem formados k amam/têm motivo para amar de verdade os seus pais - biológicos ou não). Amor assim sublime e meramente platónico entre homem e mulher, permite-me duvidar k exista. Existe atracção, paixão, k se pode ou não transformar em amor, mas k é sempre algo de construído a dois e de manutenção permanente tb. pelos dois para poder durar. O amor tb. pode nascer da amizade, não apenas da paixão. Depois há vários tipos e graus de amor, os já referidos são o paternal, o filial e o marital, mas há ainda o fraternal e a amizade, k para mim e qd é verdadeira é tb. é um tipo de amor.
Amor verdadeiro é todo akele que sentimos por kem nos cerca, seja ou não retribuído, em medida igual ou não, se existe, se o sentimos, então é verdadeiro, porque de contrário não existia.
Acho k vou ter k criar um blog para mim, senão ponho-me para aki a escrever, a escrever e nunca + acabo, e o espaço não é meu : ).
beijinhos

Fernando "geniosoft" Pinheiro disse...

Luisa,

mais uma vez quero exprimir o agradável que é ter uma apreciação tua sobre os meus pensamentos.

Tenho que concordar com o que dizes sobre o caso de Romeu e Julieta, é realmente tectrico. Mas não consigo deixar de sentir inveja e fascinio por um amor tão forte que é capaz de sacrificar a própria vida. E explico isso porque para mim a vida é o dom máximo, logo algo que seja sobrevalorizado à propria vida desperta-me o desejo de querer entender o que pode ser assim tão maravilhoso, que para alguem seja mais importante que viver.

São sensatas as tuas palavras que dizem que o amor precisa de manutenção. È uma conclusão obvia mas que passa despercebida a muita gente. Nenhum amor é eterno senão fizermos por o cuidar.

Mas fico triste por pensar que o amor verdadeiro e platonico possa ser inalcançavel. Acredito-me na sua raridade, mas quero me acreditar que existem algures casos de sortudos que o conseguiram concretizar.

E pronto, vivemos a realidade ansiando pela fantasia.

Beijos.

Anónimo disse...

Não resisti. Ainda tentei esquecer as palavras que martelam quando li os dois comentários e o texto que as gerou. O amor...
"E pronto, vivemos a realidade ansiando a fantasia". É esta frase que parece sintetizar o ideal de amor já cantado por Camões. Mas e se trocarmos as voltas às palavras e transformarmos a fantasia em realidade? Não perdemos tempo a sonhar quando a realidade nos passa ao lado? Não perdemos tempo a sonhar com um amor platónico, quando ele pode estar ao nosso lado, feito à nossa medida com nomes diferentes de Romeu e Julieta? Não importa se é construído, não importa se nos sentimos impulsionados a dar a nossa vida por esse amor, importa que cada sorriso da pessoa amada nos encha a alma, nos faça sentir com os pulmões cheios de ar ou mesmo com falta de ar. Não há medidas para o amor verdadeira, ele apenas existe. E desse amor há provas como por exemplo a bela Beatriz...

Fernando "geniosoft" Pinheiro disse...

Caro ou cara anónima,

o Amor é realmente fonte de inspiração. É alimento para a imaginação. É o que mais ansiamos, e no entanto quando o temos, muitas vezes, não lhe fazemos justiça.
Tentar medir o amor pode parecer uma forma fria de lidar com o mais quente dos sentimentos. Classifica-lo em verdadeiro, platónico, de amizade, fraterno... pode ser também injustiçar algo que está acima de tudo isto. È tentar dar qualidades ao amor, diminuindo-o para o aproximar de algo que compreendemos melhor. Mas essa falha existe por nossa culpa. Porque seremos, talvez, incapazes de entender o amor em toda a sua dimensão. Estou aqui a inventar uma especie de agnosticismo do amor. Um reconhecimento da nossa incapacidade de o compreender.
Mas o amor é ainda assim uma propriedade da nossa especie. Sem o justiçar e o compreender somos ainda assim os dignos guardiões de uma das melhores coisas do universo: O Amor.

Abraços,
nando