Noutro dia estava arrasado e caído no sofá de cansaço enquanto aos meus pés na sala a minha filha brincava com o irmão bebé dela. Ela com menos de 4 anos ainda não entende que o irmão não pode corresponder às brincadeiras dela conforme ela queria. No entanto não deixa de o abraçar, dar-lhe coisas e bonecos para ele brincar, e baloiçar-lhe a cadeira de transporte dele em que ele permanece grande parte do tempo.
Tive uma visão quase cinematográfica nesse momento de uma cena triste, poucos anos à frente, em que uma menina quem sabe de 8 anos conduz pela mão um menino mais novo de 5 anos, irmão dela, curioso, temeroso, inocente e de mão dada com a irmã mais velha a quem pertenceria o mundo dele. Imaginei-os sozinhos, em que um se apoiava ao outro, e se defendiam em conjunto, se aqueciam um ao outro. Foi uma visão comovente de dois meninos a quem algo lhes tinha sido roubado, mas que encontravam forças para continuar um no outro. Não é nenhum presságio, provavelmente é apenas alguma cena de algum filme que já vi retida na minha memória sem lhe conseguir atribuir um nome e autor. Mas isso fez-me compreender que a minha filha e o meu filho partilham algo de especial, algo que existe entre eles e mais ninguém, fraternidade, um elo que os unirá para toda a vida.
E foi essa uma das intenções com que eu e a minha esposa decidimos ter vários filhos e ainda desejamos mais. Porque sabemos que se a vida seguir um curso normal, um dia ela e eu estaremos a repousar em conjunto para a eternidade, e aos meus filhos restará a sua familia, algo em que os irmãos são importantissimos. O meu amor e da minha esposa vive neles, e um dia quando nos formos esse amor continuará dentro deles, e eles poderão encontrar o carinho dos pais entre eles.
Eu e a Mafalda não temos laços de parentesco próximos (digo de sangue e não dos que a lei nos deu ao casarmo-nos), somos duas pessoas com feitios compativeis e que ainda se compatibilizaram mais através da nossa relação, do dia a dia de um casal que se ama e convive. Mas os nossos filhos tornaram-nos uma verdadeira familia com verdadeiros laços de sangue. E é nesse amor que construímos o nosso lar, é essa a mensagem que lhes queremos dar, de amor, educação, fraternidade.
O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.
sexta-feira, setembro 11, 2009
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2 comentários:
Olá Fernando.
Há já muito tempo que não vinha ao teu blog (nem me tinha apercebido de há quanto tempo já até aqui entrar de novo) e foi ao ver uma publicação que fizeste no facebook, que cá voltei. Ainda bem.
Gosto muito do que tu escreves, do que partilhas de ti neste espaço e adorei este texto. És uma pessoa maravilhosa e tivesse toda a gente uma boa parte das tuas qualidades e este mundo seria muito melhor.
Gostaria de saber se me autorizas a partilhar este texto, ou então encaminho alguns amigos para cá, para visitarem o teu blog.
:-)
Beijinhos
Olá amiga Luísa,
Obrigado pelas palavras de incentivo. Todos os que escrevem fazem-no (penso eu) com a esperança de as suas palavras serem lidas, logo tenho imenso prazer em ter este teu retorno, e se me trouxeres mais leitores só te posso agradecer. Claro que podes partilhar as minhas palavras ou convidar pessoas a este sitio que já é público. Sou eu que te agradeço por isso amiga,
Beijos,
Fernando
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