O Cosmos é tudo o que existe, existiu ou existirá.

sábado, junho 04, 2011

Os ateus deviam ter um confessionário

Errar é próprio do ser humano. Reconhecer os erros e arrepender-se deles nem todos os seres humanos conseguem. Eu gosto de pensar que eu consigo reconhecer os meus erros e arrepender-me deles, sempre que possível corrigindo-me. Às vezes preciso que me apontem os erros, outras vezes reconheço-os sozinho. Mas apesar de ser um sujeito muito orgulhoso, não tenho orgulho em persistir com os meus erros. Mas há erros que nos roem. Os católicos têm o descanso de espirito da confissão e absolvição. Eu tenho que viver com os meus erros, sabendo que a única absolvição é tentar não errar de novo. Mas sou humano...
Não considero o erro uma coisa má. Aliás considero o erro absolutamente necessário para a evolução. Se não fosse o erro não existiria vida complexa e inteligente. A evolução segundo Darwin é uma soma de erros na reprodução, em que a maior parte são fatais, mas uns poucos erros permitem descobrir soluções que nos levam à fase seguinte da evolução. Estudar e aprender é trabalhar errando até descobrirmos a solução certa. Com isso aprendemos todos os caminhos, o certo, muitos errados, e alguns que nos abrem novas portas para novas aprendizagens.
Mas errar socialmente, e especialmente errar no meu comportamento é algo que me martiriza o meu espirito. Errar com a minha familia, errar com os meus filhos, na sua educação, na minha posição, na minha disponibilidade para com eles é algo que acho inaceitável. E no entanto é onde persisto mais no erro e onde me doí mais.
Se houvesse um tribunal do erro eu poderia alegar atenuantes, stress, pressão, falhanços e frustrações, que me levaram a ser uma pessoa menos boa. Reduziria-me a pena, mas não me absolveria dela. Os ateus deviam ter direito a um confessionário. Mas não têm. Só podem falar com a família, com os amigos, falar com quem erraram e desculpar-se. Mas não há pais nossos e avés marias para pagarmos a pena e ficarmos de bem connosco. O católico acredita-se na vida eterna, o ateu acredita-se na vida efémera. O católico tem direito a uma pena efémera, o ateu a uma pena eterna...

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